No gráfico abaixo, a correlação entre o faturamento dos clubes brasileiros (em 2010 e 2011) e sua pontuação no ranking da Conmebol em 16/mai/2011, 20/fev/2012 e 09/jul/2012.
Figura 1. Correlação entre faturamento dos clubes brasileiros e pontuação no ranking da Conmebol: losangos (09/jul/2012), triângulos (20/fev/2012) e quadrados (16/mai/2011). Em branco, dados do SC Corinthians Paulista.
Há, claro, alguma correlação entre o faturamento e a pontuação na classificação (ou seja, nos resultados nas competições internacionais): times com mais dinheiro para investir em elenco, equipe técnica, infraestrutura, etc., de modo geral, têm um desempenho melhor. Mas outros fatores; como a influência do acaso, de fatores psicológicos, calendário, etc.; têm peso forte. Isso pode ser visto na variação dos resultados para clubes com orçamentos mais ou menos equivalentes - veja, por exemplo, a grande variação da pontuação na faixa dos R$ 200 milhões de faturamento anuais; e na variação do faturamento entre equipes com pontuações mais ou menos similares, veja por exemplo, a grande variação do rendimento financeiro dos clubes com cerca de 150 pontos.
E, no caso específico do Corinthians, o desempenho quase não variou entre maio de 2011 e fevereiro de 2012, mesmo com um salto R$ 78 milhões de reais no orçamento (37% a mais); e, no mesmo ano, ou seja, no mesmo orçamento, o desempenho saltou em seis meses 210 pontos (aumento de 286%).
O futebol, como apresenta placares com relativamente poucos tentos no mais das vezes, permite uma grande variação do desempenho e forte influência de fatores casuais - um chute infeliz ou uma defesa salvadora com a ponta dos dedos (como o de Diego Souza, do Vasco, na semi defendido por Cássio, do Corinthians) pode acabar determinando a classificação ou o título. Claro que fatores como planejamento, treinamento, esforço, concentração, também são de grande importância. Mas um resultado específico, como um título em um determinado ano, não pode ser creditado a este ou aquele fator - nem mesmo a um dado conjunto de fatores. Como a sorte varia - ajuda uma hora, atrapalha em outra -, no longo curso, os fatores não casuais fazem efeito - mas isso só pode ser visto ao longo dos anos (ou em uma população de clubes).
Um único ponto não tem como descrever a curva.
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